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Dia internacional do amigo, que tal pensar sobre a amizade?

Neste dia de hoje - quando se celebra, em todo o mundo, o Dia Internacional do Amigo, vale refletirmos  sobre a amizade com o Senhor. Queremos partilhar sobre a importância dos amigos aqui da terra e dos amigos do céu.

Quando recorrermos à vida dos santos, encontramos amizade entre eles, como Clara e Francisco, Bento e Escolástica, João da Cruz e Tereza D'avila. Isto nos faz concluir que os santos jamais viviam sozinhos. A amizade entre eles foi a fonte de perseverança, nossos amigos nos ajudam a ser.

"Começar é para muitos, perseverar até o fim é para os santos", afirmava São José Maria Escrivá.

Mas vamos refletir, a partir das Sagradas Escrituras, um exemplo de amizade. Convido você a abrir o Evangelho de São João (Jo 1,35-42): "No dia seguinte, João estava lá, de novo, com dois dos seus discípulos. Vendo Jesus caminhando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”! Os dois discípulos ouviram esta declaração de João e passaram a seguir Jesus. O Senhor voltou-se para trás e, vendo que eles o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?”. Eles responderam: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?” Ele respondeu: “Vinde e vede”! Foram, viram onde morava e permaneceram com ele aquele dia. Era por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido a declaração de João e seguido Jesus. Ele encontrou primeiro o próprio irmão, Simão, e lhe falou: “Encontramos o Cristo!” (que quer dizer Messias). Então, conduziu-o até Jesus, que lhe disse, olhando para ele: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas!” (que quer dizer Pedro)."

Olha que interessante! Os amigos apresentam o Senhor um ao outro. André, que era amigo de João Batista, foi apresentado por este a Jesus; logo, correu e O apresentou a seu amigo Pedro.

Ora, ninguém crê sozinho! Deus se serve de homens para revelá-Lo. Muitas vezes, conhecemos Jesus por meio de outro. Afirmo-lhes: todos nós estamos na Igreja, porque um amigo no-la apresentou, nos convidou a conhecê-la.

Se estamos aqui, é porque os apóstolos, os santos, os fiéis, ao longo da história, fizeram uma experiência de amizade com Jesus e transmitiram a verdade sobre Ele a seus amigos.

A autossuficiência nunca foi e não é uma característica dos santos. Eles sabiam que dependiam uns dos outros. Não por acaso, Bento XVI afirmou inúmeras vezes: “Quem crê, nunca está sozinho!”

Deus, ao criar o homem, em um ato de grande amor, também o cria para amar. Somos um dom do amor para o amor. Realizamo-nos quando amamos. Desta forma, o homem, que vive só, é um eterno infeliz. À medida que amamos, vamos nos realizando, vivendo a realidade de Deus que é amor. O homem é um ser para o outro.
A Constituição Dogmática do Lumen Gentium afirma: “aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente” (LG 9). Deus deseja nos salvar e santificar uns com os outros, isto se dá por meio da comunhão dos santos.

O Catecismo da Igreja Católica sobre a comunhão dos santos nos ensina que: “O termo comunhão dos santos tem, pois, dois significados intimamente interligados: comunhão nas coisas santas (sancta) e comunhão entre as pessoas santas (sancti)". (CIC 948)

Caros, não podemos reduzir nossas amizades apenas aos sentimentos, ela é muito mais do que conforto ou prazer. Os verdadeiros amigos não são aqueles que nos bajulam, que dizem palavras agradáveis, mas sim aqueles que nos dizem palavras duras, mas que me nos convertem.

É melhor ouvir palavras duras que nos levam para o céu, do que palavras doces que nos conduzem ao inferno. Não é por acaso que Santo Agostinho falava: “prefiro aqueles que me criticavam”.

Seria mais fácil a Igreja falar apenas de coisas “confortáveis”, pois jamais seria criticada. Mas, porque nos ama, ela fala de temas como o aborto, a homossexualidade, a castidade. E, como sempre, é criticada. No entanto, por aí, há muitos que dizem palavras doces, ficam em cima do mundo, e não são criticados. Vivem uma vida de mentira. A Igreja o ama e, por isso, ela lhe diz a verdade.

Se você quer comodidade, precisa rever seu lugar. A Igreja é lugar da verdade, não da comodidade. Não podemos nos preocupar com os números, mas sim com a verdade. Aqueles que se preocupam com sua comodidade, não com a verdade, tornam-se lobos vorazes.

Por isso, muitos têm se perdido, porque omitem a verdade. Somos responsáveis pela vocação do outro. Jamais podemos omitir a verdade; precisamos de amigos que preferem nos perder do que trair o que é verdadeiro. Precisamos de amigos que nos conduzam à santidade.

O Papa Bento XVI afirmou na mensagem para a Quaresma deste ano: “De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos”.

Muitos se preocupam com o cuidado material, mas se esquecem da responsabilidade espiritual do outro. Somos chamados a cuidar do patrimônio espiritual dos nossos irmãos; muitas vezes, isso acontece por meio da correção. Temos o dever de corrigi-los e nos deixarmos ser corrigidos, pois aquele que corrige seu irmão salvará sua alma da morte (Tg 5,19-20).

Para encerrarmos, recorro ao diálogo entre Jesus e Pedro, presente no Evangelho de São João (Jo 21,15-17). Neste diálogo, o Senhor pergunta a Pedro, por duas vezes, se ele o ama com amor incondicional; mas Pedro, ciente de sua condição, recordando toda a sua história, pois sabe que, um dia, já O havia negado, diz ao Senhor que O ama não com um amor incondicional, mas com um amor de amigo.

Por fim, Jesus muda Sua pergunta e diz a Pedro se ele O ama com este amor de amigo. Aquele que viria ser a grande coluna da Igreja, disse: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. Jesus aceita a condição de Pedro e lhe dá uma missão: "Cuide das minhas ovelhas".

Certamente, Pedro foi o homem mais corrigido por Jesus, porque foi muito amado por Ele. Quem tem um amigo que corrige, que não se cala quando vê o lobo chegar, tem quase a garantida de sua salvação. Rogo ao Senhor, neste Dia do Amigo, que nos ajude a encontrar amigos que nos levem a Cristo, modelo da verdadeira amizade, que não tenham medo de nos dizer a verdade, pois somente ela é capaz de nos dar o céu.

Sejamos bons e verdadeiros amigos, pois quem crê, nunca está sozinho!

Que o Senhor nos abençoe, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
 
Padre Demétrio Gomes da Silva

                                                                                            Transcrição e adaptação: Ricardo Gaiotti


 

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