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Não consigo engravidar


O que a Igreja recomenda para os casais que tentaram, mas ainda não conseguiram engravidar? 
A Igreja sabe que os casais que não conseguem ter filhos sofrem. O Catecismo diz que “é grande o sofrimento de casais que descobrem que são estéreis” (n.2374). Mas, nem por isso, eles devem ser infelizes: “Os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristã. Seu matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício” (n.1654).
A Igreja recomenda que esses casais busquem, na ciência médica, a possibilidade de a mulher engravidar, mas por meios que não firam a dignidade humana.
“As pesquisas que visam diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas ‘a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus’” (Instrução Donum Vitae, 2). (n.2375)
O Magistério da Igreja entende que não é lícito gerar um filho pela inseminação artificial homóloga (pais casados) ou heteróloga (pais não casados). Diz o Catecismo que “as técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero) são gravemente desonestas. Essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e de uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro” (n.2376).
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“Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são, talvez, menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas que remete a vida e a identidade do embrião ao poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos”.
“A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos. Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa” (n.2377).
A Igreja recomenda que se o casal que não conseguir, por meios legítimos, a fecundação, deverá juntar esse sofrimento ao de Cristo, na cruz, e poderá adotar filhos do coração, que não são menos valiosos que os da carne. Sem dúvida, é um ato de fé de quem realmente ama Deus e está disposto a oferecer esse sacrifício no cálice da Santa Missa.
O Catecismo diz: “O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infantilidade unir-se-ão à cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (n.2379).
Não conhecemos os desígnios de Deus para cada casal. Por que uns têm muitos filhos e outros não têm nenhum? Só o Senhor pode responder isso. Sabemos que Ele não é o autor da esterilidade, mas o Senhor da vida. Se, no entanto, Ele não a permite, saberá dela fazer o bem.
Acreditamos, na fé, naquilo que diz São Paulo: “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”. Diz a Palavra que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17). Sem dúvida, esse é um sofrimento que só pode ser superado na fé e na oração de abandono nas mãos de Deus.
Quem de nós sabe o que é bom, hoje e amanhã, para nós ou para nossos filhos? Então, na fé, o melhor é aceitar o que Deus permite que aconteça, mesmo que nosso coração sofra. Diante d’Ele os méritos desses pais será grande.

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