O mundo virtual foi abalado na última semana com o “Desafio Charlie, Charlie”. O fato consiste em colocar dois lápis ou duas canetas, um sobre o outro no formato de uma cruz, em um papel dividido em quatro partes- duas delas com a palavra ‘sim’ e duas delas com a palavra ‘não’. Em seguida, os adolescentes ou jovens fazem uma pergunta invocando um suposto espírito que se chamaria Charlie (daí o nome da prática). Se o lápis ou a caneta se mexerem, começa o suposto diálogo ou a fuga de alguém correndo e gritando. Milhares de internautas colocaram no Youtube e nas redes sociais suas ‘experiências’. O fenômeno também invadiu avassaladoramente as escolas. Uma escola, por exemplo, em Manaus, precisou encerrar as aulas, após alunos terem passado mal se utilizando da prática.
O “Charlie” pode ter até “ressuscitado” (porque muitos conhecemos esta antiga prática com o copo ou o compasso. Lembram?) pelos EUA como jogada de marketing muito criativa de um filme que em breve estará nos cinemas. Na trama, o jovem também tem o nome de Charlie (Mexicano nenhum tem este nome!). O interessante é que a própria sinopse do filme ‘A Força’ fala de ‘atividade paranormal e fenômenos sobrenaturais’. Explicações à parte...
O que a mim, como cristão e educador, interessa é que mais uma vez, por detrás de um desafio que ‘viralizou’ a internet pode estar a presença sutil do mal. O Papa Francisco tem exortado constantemente os cristãos, dizendo: “Por favor, não façamos negócios com o diabo. Levemos a sério os perigos de sua presença no mundo. Não podemos ser ingênuos” (Homilia de 11 de Outubro de 2013).
A mesma Sagrada Escritura adverte a respeito de adivinhações e invocações aos espíritos dos mortos. Isto desagrada a Deus (Cf. Levítico 19, 26. 31).
Interessante foi a intervenção de um famoso exorcista espanhol da atualidade. Trata-se do Padre Fortea. Falando sobre a suposta ‘brincadeira’ de invocação deste espírito, como nova mania nas redes sociais, o sacerdote afirmou que “alguns espíritos que estão na origem desta prática vão perturbar participantes deste jogo. As pessoas realmente podem sofrer as piores consequências por causa desses demônios”.
Percebam, o que está em jogo é que na verdade, os jovens são iniciados em uma espécie de ritual de invocação de um espírito. Isto não é salutar! Não é recomendável! Para nós, não é cristão!
Não é hora de introduzir adolescentes e jovens num mundo que mistura humor e horror. Na atual situação do Brasil e do mundo, brincando de Charlie, afastamos ainda mais os futuros protagonistas da história do compromisso com o real, com o bem e a verdade. É hora de ensinar aos jovens usarem o lápis e a caneta para o progresso desta nação. É justamente agora que devemos dizer que eles precisam se comunicar com os vivos, com os pais, os irmãos, os amigos, os professores; mais com a voz do que o whatsapp e a internet. É o oportuno momento para apresentá-los o Espírito Santo, o Único Espírito do Bem e do Amor. Nosso Verdadeiro Companheiro e Amigo! Lápis, canetas e espíritos não podem mover a vida de ninguém. Deus sim! Ele move corações, almas, histórias, vidas!
Pe. Dudu
Junho de 2015
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